segunda-feira, junho 05, 2006
viagem ao Paraguay V, VI e VII - o confronto final
V

Casamos em Las Vegas, numa linda cerimônia com o padre vestido de Elvis, mas a felicidade maior ainda estava por vir! Don Alejandro morreu bem antes do que eu imaginava: o desgraçado foi pro beleléu durante a nossa noite de núpcias! Morreu de ataque cardíaco, cãimbra no sangue e mal de espinhaço, tudo ao mesmo tempo... mas com um sorriso nos lábios. Na sua lápide mandei escrever apenas "muerto en Servizo"...
Do dia em que me tornei Baballú ao dia que enviuvei, se passou não mais de um ano, e eu cumpri a promessa que fiz a mim mesmo, me tornei rico, podia voltar pra casa de cabeça erguida!


VI

Olinda, lá fui eu, achando que começaria uma nova era de felicidade pra toda minha família. Ledo engano, assim que cheguei em casa, uma velha atendeu. Quase não a reconheci, era minha mãe, um ano bastou pra ela ficar enrugada, de cabelos brancos e com só um dente na boca , cariado ainda por cima! mesmo vestido de cigana ela me reconheceu como o filho pródigo que agora voltava ao lar, e com os olhos marejados me abraçou.
Contei tudo o que havia acontecido nesse difícil ano passado, e perguntei pelo meu pai, minha doce irmãzinha, pelo titio... a partir daí, meu mundo começou a desabar!!! Mainha me contou que Painho falecera seis meses atrás, de tristeza, parou de comer e ficou ouvindo rádio até o fim; minha irmã Cecília foi presa ao tentar entrar na cadeia com drogas nas partes íntimas, quando foi visitar o namorado assaltante condenado, e faleceu numa rebelião dentro do presídio, depois de ser estuprada por duas alas inteiras; até meu tio Arnaldo teve destino ingrato: quis ajudar a família e resolveu vender ilegalmente um rim e uma córnea, mas morreu na operação. Eu destruí minha família, tudo por causa de uma puta paraguaia... e Mainha coitada, a emoção de me rever foi demais para ela, morreu em meus braços, enquanto apertava meu peito siliconado disse apenas:
"Maldito Paraguay, Maldito Paraguay!!!!"

VII

Nunca esquecerei aquelas palavras. Hoje vivo amigado com o Serjão, em uma mansão à beira-mar, abrimos uma produtora de vídeos pornô-gay e vendemos o material pela internet. Infelizmente os seis litros de silicone industrial paraguaio que injetei no corpo me causaram cancer, é somente questão de tempo pra eu morrer também, mas pelo menos irei rever minha família uma vez mais, e poderei ser por eles perdoado. Enquanto a morte não vem, respondo e-mails dos meus inúmeros fãs paraguaios que não esquecem jamais "Baballú la cigaña"...
Assim passo os dias, fico asssistindo reprises de Friends, enquanto como pizzas de calabreza com borda de cheddar e tomo coca-cola com rum e limão, esperando pacientemente a tão sonhada paz!

Obrigado pela atençaõ. espero que tenham gostado. Ou Naõ. tchau.

Por: Jimmy às 6:08 PM

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